Uma história que transforma: Fundação Roberto Marinho celebra memória em exposição
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Mostra revisita marcos da trajetória da instituição, destacando projetos de educação, patrimônio, comunicação, inclusão produtiva e meio ambiente

A Fundação Roberto Marinho inaugurou nesta semana uma exposição que celebra a memória da instituição e revisita iniciativas que marcaram sua história. A mostra está instalada na sede da instituição, no centro do Rio de Janeiro, e está aberta à visitação de colaboradores, parceiros e convidados do prédio da Editora Globo. Ela apresenta alguns marcos dos mais de 40 anos da Fundação, incluindo sua atuação na área de patrimônio e cultura, os projetos de meio ambiente, as iniciativas de inclusão educacional e inclusão produtiva, além da trajetória do Canal Futura, criado em 1997.
“É uma espécie de exposição temporária para ressaltar momentos e realizações que todos os envolvidos entenderam que seria interessante resgatar e compartilhar com os colegas do escritório e com as pessoas que nos visitam e muitas vezes não conhecem aspectos tão interessantes do que a Fundação já fez e faz em seu trabalho”, conta o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria.
A mostra acontece no ano de celebração do aniversário de 100 anos do Grupo Globo, por meio do centenário do Jornal O Globo. Criada pelo jornalista Roberto Marinho em novembro de 1977, a Fundação, que leva seu nome, caminha para os seus 50 anos.
"Cada iniciativa deve ser uma experiência pioneira, e cada experiência deve indicar uma metodologia, criar um modelo, de forma que nenhuma de suas atividades se esgote em si mesma, mas aponte um caminho, que assegure à Fundação Roberto Marinho uma futura condição de ‘banco de modelos’, uma fornecedora, para entidades públicas e privadas, de matrizes de atuação nas mais diversas áreas".
Roberto Marinho
Depoimento durante a celebração de criação da Fundação Roberto Marinho, em 1977.
Uma celebração à memória
“A exposição é uma oportunidade inspiradora de celebrar e compartilhar projetos que marcaram a trajetória da Fundação Roberto Marinho. Para nós, colaboradores, é um convite a reviver essa história que, ao longo dos anos, transformou vidas e ampliou o acesso à educação, à cultura e à cidadania”, avalia Regina de Paula, da Gerência de Patrimônio e Cultura da FRM.
Há duas décadas na Fundação, Regina destaca o trabalho nos museus como exemplo de promoção do conhecimento, do pertencimento e do orgulho pela nossa cultura. A mostra percorre o desenvolvimento de importantes equipamentos culturais brasileiros nos quais a Fundação esteve diretamente envolvida, como o Museu do Amanhã, o Paço do Frevo, o Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu do Futebol e o Museu da Língua Portuguesa – este último reconstruído a partir de 2015.

Para Anne Rocha, do Núcleo de Compras e Suprimentos, caminhar pela exposição é também revisitar sua própria história. Funcionária da instituição há 18 anos, ela começou como estagiária. “A primeira vez que ouvi falar da Fundação Roberto Marinho foi por causa de um comercial que passava na TV quando eu era criança”, relembra. “Só quando entrei na FRM pude entender melhor o universo que se descortinava por trás daquele vídeo. Descobri que o Futura era da Fundação e que o Telecurso, com o qual cresci me arrumando para ir à escola — e depois, ao trabalho —, também”.
Para quem chegou há pouco tempo, a exposição é uma chance de conhecer iniciativas que tiveram grande impacto e ajudam a entender a essência da Fundação. Estagiária há três meses no núcleo de produção do Canal Futura, Jéssica Souza conta que a mostra a fez descobrir mais sobre a história da FRM: “Tem obras e museus aqui no Rio que eu nem imaginava que contam ou contaram com o apoio da Fundação. Acho que a exposição trouxe, principalmente, essa noção da grandiosidade da Fundação e do Futura na história da arte e da cultura no Brasil”.

Quem percorre a instalação também pode ver de perto kits educativos, quadros, prêmios e outros objetos que ajudam a reconstituir essa trajetória. Para Evelyn Lima, coordenadora pedagógica da escola da Fundação Roberto Marinho, além de conhecer o passado, a exposição fortalece o sentimento de pertencimento. “O que mais me chamou atenção é que, ao longo de todos esses anos, a educação, o cuidado com os jovens e com a inclusão produtiva sempre foram — e continuam sendo — pilares centrais da Fundação. É gratificante fazer parte dessa história. A educação transformou a minha realidade, e poder contribuir para a transformação de outras vidas é profundamente gratificante”.
Uma construção coletiva
“Criar a Expo FRM foi uma jornada inspiradora e emocionante. Tivemos a oportunidade de revisitar projetos históricos e marcantes da Fundação, conhecer e relembrar diferentes fases da nossa trajetória, mergulhando no legado de compromisso com a educação — um sonho idealizado pelo Dr. Roberto Marinho ainda em 1977”, ressalta o supervisor de Comunicação, Felipe Conrado. Ele integrou a equipe responsável pela curadoria, expografia e montagem da instalação.

Uma das sessões da mostra apresenta, em um grande mapa do Brasil, diversos projetos educacionais da Fundação Roberto Marinho que chegaram a todos os estados do país. Segundo a equipe de curadoria, foi necessário fazer um recorte e selecionar apenas parte dos projetos realizados pela FRM nas últimas décadas.
Para a coordenadora de imprensa da FRM, Adriana Martins, a história da organização se entrelaça com a vida das pessoas — e essa premissa guiou o desenvolvimento da mostra. “A curadoria buscou despertar no público uma emoção genuína, por meio de elementos iconográficos e estímulos visuais. Seja por uma imagem que evoca a memória afetiva, resgatada da nossa produção audiovisual; pela lembrança de momentos vividos em um dos nossos museus; ou pelos registros fotográficos de pessoas cuja trajetória foi transformada pela educação. Quem visitar a exposição certamente vai se reconhecer em alguma dessas provocações”.
A exposição reflete os múltiplos significados da educação, a partir da própria trajetória da Fundação. Do sentido mais tradicional — ligado à escola, à educação básica e ao papel dos professores —, a mostra amplia essa concepção para além da sala de aula. O aprendizado é retratado em suas diversas dimensões: no mundo do trabalho, na preservação do patrimônio cultural, na mobilização comunitária, na televisão e nas plataformas digitais.
“A proposta não era criar algo linear, e sim revelar a amplitude dos projetos da Fundação. Para quem está aqui há menos tempo, foi surpreendente, durante o processo de pesquisa, descobrir a extensão do nosso impacto, a variedade de iniciativas e de abordagens que já tivemos ao longo da história. A ideia é justamente provocar essa mesma sensação em quem visitar a exposição: que saiam conhecendo mais da potência dos nossos projetos”, destaca Leonardo Campos, supervisor de Núcleos Ativos.

“Tínhamos muito material de arquivo, então fizemos escolhas. Com os eixos já definidos, fomos encaixando os projetos e selecionando os conteúdos que melhor compunham cada narrativa. Além disso, incluímos depoimentos de pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas com as nossas ações”, explica a coordenadora do Núcleo de Ativos, Gilsa Mara.
Ao longo dos anos, o cuidado com a preservação da memória foi sendo cultivado pelas próprias equipes. “Os projetos sempre se preocuparam em guardar materiais, kits educativos e outros objetos relevantes, fundamentais para contar essa história com riqueza e emoção”, completa Gilsa.