Sétima edição do Festival LivMundi realiza mais de 60 atividades gratuitas no MAM Rio
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De cortejo de maracatu a shows, rodas de conversa, cinema, oficinas e intervenções artísticas, o LivMundi reúne nomes como Zé Ibarra, Giovanna Nader, Sônia Bridi, Padre Julio Lancellotti, Báyó Akómoláfé e Geni Núñez nos dias 20 e 21 de setembro

Nos dias 20 e 21 de setembro, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) recebe a 7ª edição do Festival LivMundi, um dos maiores encontros dedicados à promoção da vida sustentável no Brasil. Consolidado como espaço de experiências, trocas e diálogos que conectam sustentabilidade, arte, educação e bem-estar, o festival já impactou mais de 116 mil pessoas em edições anteriores, sempre com atividades gratuitas e abertas ao público. A programação acontece no sábado (20/09), das 9h30 às 21h, e no domingo (21/09), das 9h às 19h. Os ingressos estão disponíveis gratuitamente pelo site livmundi.com e pela plataforma Sympla.
Com forte conexão com a natureza, o LivMundi sempre buscou ocupar espaços que convidam à reflexão sobre nossa relação com o planeta. Neste ano, o festival acontece às margens da Baía de Guanabara, um dos cenários mais emblemáticos do Rio de Janeiro e palco de importantes acontecimentos históricos e culturais. Realizado nos jardins e espaços do MAM Rio, o evento propõe uma imersão em que a paisagem e a própria cidade se tornam parte da experiência, ampliando os sentidos da programação.
Outro eixo fundamental da edição é a ancestralidade, que atravessa diálogos, oficinas e rodas de conversa do festival. Dos tambores afro-diaspóricos às cosmologias indígenas, o LivMundi cria um espaço de encontro entre saberes tradicionais e contemporâneos, mostrando como espiritualidade, arte e práticas coletivas são caminhos para imaginar futuros mais justos e regenerativos.
O tema de 2025, “Dança das Águas”, convida a refletir sobre os fluxos que atravessam corpos, territórios e ecossistemas. Em um momento marcado pela escassez hídrica e pelas mudanças climáticas, o festival propõe vivências que celebram a água como direito, cuidado e transformação, articulando ciência, arte e entretenimento em uma programação ampla e intergeracional.
A curadoria da edição reúne seis profissionais de trajetórias potentes e complementares, com repertórios diversos que incluem arte, ciência, filosofia, jornalismo, cosmologias indígenas e afrofuturismo: Batman Zavareze, Kananda Eller, Morena Mariah, Paulina Chamorro, Renato Noguera e Zahỳ Tentehar. Juntos, eles participaram de uma imersão criativa que marcou o início do processo curatorial, ao lado do líder indígena Ailton Krenak, convidado especial desta edição e parceiro de longa data do Festival.
Performances artísticas

As performances celebram a potência da arte como encontro coletivo. A abertura do festival, no sábado, será marcada pelo cortejo dos Tambores de Olokun, bloco de Maracatu do Rio de Janeiro com 13 anos de história, que presta homenagens para Yemanjá e Olokun, divindades das águas. O cortejo será seguido por uma cerimônia de encantamento e magia em reverência à ancestralidade dos povos originários conduzida por lideranças indígenas e de matrizes africanas para saudar as forças das águas.
O cantor Zé Ibarra, vencedor do Grammy Latino com a banda Bala Desejo e parceiro de nomes como Ney Matogrosso e Milton Nascimento, encerra a programação do primeiro dia com um show especial.
No domingo, o dia abre com Encontro de Gigantes, performance que coloca a perna de pau — brinquedo milenar — no centro da cena, reunindo coletivos de pernaltas de territórios periféricos (Vila Cruzeiro, Pedra de Guaratiba e o grupo Gigantes Sonhadores) para celebrar raízes afro-diáspóricas, caiçaras e quilombolas em gesto de resistência e pertencimento.
Já a artista Zahy Tentehar, primeira atriz indígena a conquistar o Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2024, apresenta a performance bilíngue Zengar Haw. A partir de canções e narrativas, Zahy evoca memórias de sua infância na Reserva Indígena de Cana Brava, no Maranhão, até sua chegada ao Rio de Janeiro. Inspirada pelos ensinamentos de sua mãe, Azira’i, primeira mulher pajé de sua comunidade, a artista compartilha o dom de se comunicar com os Maíras através dos lamentos ancestrais. A obra se alterna entre momentos performados em Ze’eng Eté, língua materna de Zahy, e outros momentos em língua portuguesa.
Diálogos
A programação dos Diálogos do LivMundi é ampla e reúne diferentes olhares sobre espiritualidade, ancestralidade, ciência, filosofia, tecnologia e comunicação.
No sábado, entre os destaques, está a presença do filósofo nigeriano Báyó Akómoláfé, que vai abrir o evento com o painel “Água em Tempos de Fogo: Quando a Urgência nos Convida a Desacelerar”, que nos convida à reflexão sobre o paradoxo da urgência em meio às crises ecológicas e civilizatórias. A mesa "Cosmologias Ancestrais da Guanabara: e se a cidade nascesse da água?", reúne a jornalista e roteirista Renata Tupinambá, o Cacique Carlos Tukano e o antropólogo Orlando Calheiros em uma reflexão sobre memória, território e cosmovisões originárias ligadas à Baía de Guanabara. Outro ponto da programação é Marés Digitais – Redes e Ritmos na Era dos Fluxos, em que a cientista e comunicadora Kananda Eller, a atriz e produtora Thallita Xavier e o jovem comunicador indígena Tukumã Pataxó debatem o papel das plataformas digitais na ampliação de pautas raciais e ambientais.
O diálogo Tecnologia para Regeneração: Inteligência Artificial e Justiça Climática reúne a antropóloga Monique Lemos, o pesquisador Dino Siwek e a liderança indígena Mateus Tremembé para refletir sobre o uso da inteligência artificial a partir de perspectivas de justiça climática. Já Mobilizar a Insubmissão: arte que Muda a Maré traz a artista visual Uýra Sodoma, o artivista Mundano e a performer Pietra Canle para discutir processos em que a arte se transforma em mobilização social. Também no sábado, a roda Comum Unidade – A Solidariedade como Horizonte e Semente de Re-existência contará com o Padre Julio Lancellotti, a mãe de santo Flávia Pinto e o jornalista André Trigueiro, discutindo como espiritualidade e cuidado coletivo se conectam à justiça socioambiental.
No domingo, os destaques incluem Águas de Encantaria – Fabulações do Norte ao Sul, em que o filósofo Renato Noguera, o dramaturgo e ator Rodrigo França e a escritora Vilma Piedade exploram a imaginação como ato político e de resistência. O diálogo Eu e a Água – O Oceano que Nos Une traz a jornalista Sônia Bridi, referência em coberturas ambientais, ao lado da jornalista Paulina Chamorro e do diretor audiovisual Rodrigo Cebrian, em uma conversa sobre nossas múltiplas conexões com os oceanos.
Já em Nadando Contra a Maré – Vozes da Insurgência pela Justiça Climática, a comunicadora socioambiental Giovanna Nader, o jornalista Marcio Isensee e a pesquisadora Maíra Silva discutem como narrar a crise climática de forma engajada, justa e popular. também no domingo, a mesa Sob Esses Rios que Voam – Uma Conversa sobre os Rumos da COP 30 convida o público a refletir sobre o futuro da agenda climática, com a diretora de Sustentabilidade da Enel, Marcia Massotti, a especialista Natalie Unterstell e o ambientalista Fábio Feldmann.

Oficinas e atividades ao ar livre
A programação de oficinas oferece experiências que transitam entre dança, música, artes visuais e práticas de cuidado.
No sábado, em Dança e Percussão dos Tambores de Olokun, o público é convidado a mergulhar no universo do maracatu, explorando corpo e ritmo em sintonia com a tradição afro-diaspórica. Já em Xilogravura como Impressão da Natureza, cada traço na madeira se transforma em folhas, flores e animais, unindo arte popular e preservação ambiental.
As crianças poderão participar de Mergulhando nas Brincadeiras Tradicionais Brasileiras, que resgata cantigas e jogos afro-indígenas, e de Brincar Tambô – Ritmos que Nascem da Gente, que combina percussão, histórias e musicalidade ancestral. Em Sementeira Guardiã, os participantes aprendem a criar amuletos de proteção a partir de sementes, enquanto a oficina Ní Ìrìn Omi – No Embalo das Águas propõe uma dança inspirada nas divindades Oxum e Iemanjá. Há ainda o Balanço Ancestral, uma iniciação ao samba de gafieira com música ao vivo, e a oficina infantil Terra que Vira Rio, que convida a pintar com tintas naturais feitas de terra e plantas.
No domingo, a diversidade continua com oficinas voltadas para o corpo, a palavra e a criatividade. Em Germinação de Sementes, Produção de Brotos e Microverdes, o público aprende a cultivar alimentos vivos de forma prática e sustentável. O Afrofunk Rio apresenta um treino corporal inspirado nas heranças africanas do funk carioca, enquanto Panderolando Maré investiga sons e ritmos produzidos a partir de materiais reutilizados. Em Dançando as Águas e Encantos do Carimbó, os participantes exploram a manifestação cultural que une influências indígenas, afro-diaspóricas e europeias, e em Ladrilha, a poesia ocupa o espaço público em pequenos ladrilhos artesanais levados para casa como memória.
Outros destaques incluem Dança Fluida e Improvisação: Corpo-Água como Expressão, que conecta hip hop freestyle e fluidez da água, e Criação de Conteúdo Digital, com técnicas para narrativas criativas e conscientes nas redes sociais. As crianças também terão espaço especial com a Aula de Movimento, que estimula o corpo e a imaginação em atividades lúdicas ao ar livre.
Feiras
A experiência gastronômica fica por conta da Junta Local, que reúne pequenos produtores da cidade em um circuito de alimentação artesanal e sustentável.
Já a Feira de Moda e Design Empact apresenta marcas autorais que trabalham com reaproveitamento de materiais e baixo impacto ambiental, trazendo moda, acessórios e objetos que unem estética e consciência socioambiental.
Bem-Estar
O festival também dedica parte de sua programação ao bem-estar, com práticas que combinam espiritualidade, ancestralidade e saúde integral.
No sábado, os destaques incluem Frequência D’Água, uma meditação para reconectar corpo e mente; Pedagogias das Águas – Encruzilhadas Fluidas entre Poéticas e Políticas, que mergulha no universo simbólico de Oxum por meio de poesia, argila e experimentações corporais; e Presença, um Estado do Ser, vivência que une dança, consciência corporal e práticas meditativas para explorar o corpo em fluxo.
No domingo, a programação conta com Kemetic Yoga – Yoga Africano, que resgata posturas e princípios do antigo Egito; Yoga e os Jogos Teatrais, atividade lúdica que leva crianças a vivenciarem a prática de forma criativa; e Jardim Interior – Cuidados com o Nosso Microbioma Interno, uma conversa que reúne saberes da medicina tradicional e integrativa para pensar o equilíbrio físico e emocional.
Intervenção “Corpos D’água”
A intervenção artística “Corpos D’Água”, com curadoria e direção artística de Batman Zavareze e a colaboração na assistência de direção de Bê Leite, apresenta obras criadas em residências artísticas, realizadas no Toca Hub, que exploram a água como símbolo de vida, memória e transformação. Em diálogo com o tema do festival, a mostra reúne diferentes linguagens – pintura, escultura, fotografia e performance – para criar uma travessia sensível em que o corpo-água se torna protagonista.
Cinco artistas brasileiros compõem a seleção: Mayara Ferrão, que utiliza tecnologia de inteligência artificial em fotografia e vídeo para imaginar e construir narrativas de afeto protagonizadas, sobretudo, por pessoas negras e indígenas; Lore Anacleto, que traduz a dança como gesto líquido e poético; Clickbycria, jovem fotógrafo do coletivo 2050 que enxerga a vista da Baía de Guanabara como horizonte de futuros; Lucas Ururahy, multiartista de raízes na Baía de Sepetiba que transforma memórias em matéria poética; e Nelson Crisóstomo, cujas pinturas intuitivas fluem com a força da ancestralidade. Juntos, seus trabalhos formam um mosaico de sensibilidades que reafirma a água como fonte vital e criativa.
Cinema
O cinema também ocupa lugar especial no LivMundi, trazendo obras que estimulam a imaginação e aprofundam debates socioambientais por meio de diferentes linguagens audiovisuais.
Entre os títulos exibidos está “A Arca do Ziraldo”, animação voltada para o público infantil que apresenta reflexões ambientais de forma lúdica e acessível. O documentário “Mulheres na Conservação”, dirigido por Paulina Chamorro, curadora do festival, retrata a atuação de mulheres à frente de pesquisas e iniciativas dedicadas à preservação dos oceanos e da biodiversidade marinha. Já “Manual de Sobrevivência para o Século XXI”, vivido pelo ator Marcos Palmeira, aborda os desafios de atravessar colapsos financeiros, ambientais e sociais, apontando práticas sustentáveis e novas formas de se relacionar com o mundo — a produção estreia no Canal Futura no dia 8 de outubro.
A produção original do festival, a websérie “A Baía que nos Conecta” ganha atenção especial nesta edição. Dividida em quatro episódios, a série percorre comunidades, territórios sagrados e paisagens que cercam a Baía de Guanabara, revelando contrastes e resistências desse ecossistema que abriga quase 10 milhões de pessoas em sua região. Com imagens marcantes e múltiplas narrativas, a obra evidencia a biodiversidade que ainda pulsa, mesmo diante de séculos de exploração e ocupação desordenada, e convida o público a enxergar a Baía não apenas como símbolo de crise, mas como espaço de vida, memória e esperança.

“O LivMundi nos lembra que sustentabilidade é um tema coletivo, que precisa ser um compromisso de toda a sociedade. Para a Enel Rio, fazer parte deste diálogo que promove a conexão entre pessoas, territórios e a natureza é uma forma de reafirmar a nossa missão de contribuir para uma transição energética mais justa e sustentável, alinhada aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Acreditamos que arte, cultura e diálogo têm papéis fundamentais na transformação da sociedade”, disse Hélio Muniz, Diretor de Comunicação da Enel no Brasil, patrocinadora do Festival.
A programação completa com os horários, pode ser conferida no site.
O Festival LivMundi 2025 conta com o patrocínio da Enel Distribuição Rio e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Apoio do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, da ESPM e do Canal Futura como parceiro de mídia.
Sobre o Festival Livmundi
O Festival LivMundi nasceu em 2016 com o propósito de difundir a pauta socioambiental, despertando uma consciência coletiva que inspira a mudança e incentiva novos hábitos, promovendo um futuro mais justo e sustentável para todos os seres vivos, humanos e não humanos.
Sobre a Enel Distribuição Rio
A Enel Distribuição Rio atende 66 municípios do estado do Rio de Janeiro, abrangendo 73% do território estadual, com cobertura de uma área de 32.188 km². A Região Metropolitana de Niterói e São Gonçalo e os municípios de Itaboraí e Magé representam a maior concentração do total de 3 milhões de clientes atendidos pela companhia.
Serviço
Festival LivMundi 2025
- Data: 20 e 21 de setembro de 2025
- Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) – Aterro do Flamengo
- Ingressos: Gratuitos, disponíveis pela plataforma Sympla
- Mais informações: www.livmundi.com | @livmundi