A Fundação Roberto Marinho (FRM) e o CIEE Rio realizaram, nesta terça-feira (25/11), pela manhã, uma cerimônia para celebrar a renovação da parceria entre as instituições — que há 15 anos trabalham juntas para qualificar e ampliar a aprendizagem profissional. O evento marcou também o lançamento do curso de ‘Serviços de Atendimento em Postos de Combustíveis’, desenvolvido pelo Aprendiz Legal, programa da Fundação Roberto Marinho que prepara jovens para inserção no mercado de trabalho e é ofertado pelo CIEE Rio.

A agenda, que aconteceu na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, reuniu representantes de empresas, órgãos públicos e organizações que atuam pela inclusão produtiva de jovens. Fizeram parte da mesa Andrea Niskier Ghelman, presidente do CIEE Rio; Luiz Coppola, superintendente geral do CIEE Rio; Marcelo Bentes, coordenador de desenvolvimento institucional da Fundação Roberto Marinho; Bruno Moraes, superintendente do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego; e Leandro de Freitas, representante da Rede JB de postos de combustíveis. 

Durante o encontro, que contou com a assinatura do termo de parceria entre a Fundação Roberto Marinho e o CIEE Rio, os especialistas também falaram da importância de as empresas contribuírem para a inclusão produtiva de jovens no mundo do trabalho, a relevância da contratação de aprendizes para o cumprimento da legislação e o desenvolvimento social, detalhes sobre o novo curso, além do compromisso do setor de combustíveis com a formação de jovens e com a geração de empregos de qualidade.

O Aprendiz Legal foi representado por Marcelo Bentes. Ele destacou a importância da aliança com o CIEE Rio: “O evento marca a retomada de uma parceria bem-sucedida, que já dura mais de 15 anos. Com o lançamento do curso de frentista, damos mais um passo importante nessa trajetória. O CIEE é um parceiro histórico e fundamental para o fortalecimento da aprendizagem profissional. A entrada da instituição na Coalizão Aprendiz Legal amplia, ainda mais, o potencial de expansão da rede, especialmente no segmento de combustíveis, que dispõe de muitas oportunidades de contratação no Rio de Janeiro”, destaca.

Para Andrea Ghelman, a parceria traduz na prática o poder transformador da educação e da aprendizagem profissional, construindo pontes entre os jovens e o mundo do trabalho. “Cada curso, cada programa e cada parceria firmados representam um passo firme na direção de uma sociedade mais justa, mais inclusiva e com mais futuro. Por aqui, já geramos oportunidades para mais de dois milhões de jovens até hoje e, atualmente, temos quase 55 mil entre estagiários e aprendizes. O engajamento do jovem cria uma nova perspectiva de vida, de projeto de mundo, autoestima, pertencimento e capacidade de se ver em outros ambientes aos quais ele tem direito. A renovação da parceria com a Fundação Roberto Marinho reforça esse compromisso”, destaca. 

Bruno Moraes, superintendente do trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego, parabenizou a todos os envolvidos no projeto. “A questão da aprendizagem tem a ver com a perspectiva para o jovem. Então, eu gostaria de dizer que para o Ministério do Trabalho é muito importante essa parceria”, reforçou o executivo.

Aprendizes no setor de postos de combustíveis

Segundo dados do Novo CAGED, o segmento empregava em agosto deste ano 29.882 trabalhadores formais em todo o país, demonstrando sua relevância como importante gerador de postos de trabalho e oportunidades de desenvolvimento profissional.

Além disso, o setor se destaca por seu dinamismo: é essencial para a mobilidade urbana, o abastecimento logístico e o funcionamento de inúmeros serviços e negócios. Essa capilaridade faz dos postos de combustíveis um espaço estratégico para a formação prática de jovens aprendizes, que ali podem desenvolver competências técnicas e comportamentais diretamente ligadas à operação, atendimento e segurança. “Eu só posso dizer que o CIEE acertou dentro da necessidade que nós temos de ter essa capacitação para que os colaboradores que venham trabalhar com a gente, estejam preparados e entendam que a função de ser frentista é uma profissão digna, tem perspectiva e dá futuro. Acredito que essa parceria vai plantar essa semente”, conclui Leandro de Freitas, representante da Rede JB, de postos de combustíveis. 

Aprendiz Legal e Coalizão Aprendiz Legal: ampliando oportunidades

Criado há mais de 20 anos, o Aprendiz Legal é um programa da Fundação Roberto Marinho   que combina formação teórica e experiência prática nas empresas, garantindo o cumprimento da Lei da Aprendizagem (nº 10.097/2000). Jovens contratados como aprendizes têm carteira assinada, remuneração, direitos trabalhistas e acompanhamento pedagógico, além de acesso à educação e qualificação profissional.

A Coalizão é uma aliança liderada pela Fundação Roberto Marinho, por meio do programa Aprendiz Legal, com apoio institucional do Ministério do Trabalho e Emprego, da Secretaria Nacional da Juventude, da iniciativa “Um milhão de oportunidades” (1Mio) da Unicef e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A iniciativa reúne quase 100 instituições formadoras em todo o Brasil, busca fortalecer a aprendizagem profissional e ampliar o alcance da política pública, especialmente em regiões do interior e em territórios de maior vulnerabilidade. 

Presente na cerimônia na Academia Brasileira de Letras, Alzira Valéria Silva, supervisora de inclusão produtiva da Fundação Roberto Marinho, falou sobre o programa Aprendiz Legal e a Coalizão. “A Coalizão Aprendiz Legal é uma parceria que a gente traz junto o Ministério do Trabalho, Unicef, OIT e a Secretaria Nacional da Juventude porque acreditamos muito na política pública da aprendizagem profissional. Entendemos que precisamos unir esforços das instituições para fortalecer essa agenda, conseguir mais vagas para essas juventudes e garantir a qualidade pedagógica da oferta dos programas”, destacou.

A educadora também reforçou que a Fundação Roberto Marinho traz uma força de advocacy na parceria, refletida nas ações de comunicação, na mobilização pela causa junto com o setor produtivo, as organizações e as redes de garantia das juventudes, além da agenda de monitoramento e avaliação, suporte técnico e pedagógico, e metodologia social educacional do programa, fez ainda o destaque de que o grande diferencial da formação Aprendiz Legal é o fortalecimento das habilidades socioemocionais que são foco das ações pedagógicas.

O papel da aprendizagem profissional

A aprendizagem profissional é uma política pública voltada para adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, e para pessoas com deficiência, sem limite de idade, garantindo inclusão produtiva e educação. O modelo combina formação técnico-profissional com prática supervisionada, promovendo uma entrada digna e protegida no mundo do trabalho.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil tem hoje cerca de 668 mil aprendizes ativos, mas ainda poderia dobrar esse número se todas as empresas cumprissem a cota mínima prevista em lei.

O fortalecimento de parcerias como a da FRM e do CIEE Rio é essencial para ampliar esse alcance.

“O curso de frentista representa mais uma oportunidade concreta de inserção profissional e de desenvolvimento humano. Nosso objetivo é formar jovens preparados, conscientes de seu papel social e capazes de transformar suas trajetórias por meio do trabalho e da educação”, conclui Marcelo Bentes.