Notícia: Universidades pelo futuro: saiba como foi o VIII Fórum Nacional de Reitores

Saiba como foi o VIII Fórum Nacional de Reitores e Dirigentes das Universidades Parceiras do Futura

Universidades brasileiras pelo futuro

No dia 26 de agosto, foi realizado o VIII Fórum Nacional de Reitores e Dirigentes das Universidades Parceiras do Futura. O primeiro encontro presencial desde o início da pandemia aconteceu na sede da Fundação Roberto Marinho/Editora Globo, e contou com mais de 60 reitores, reitoras e dirigentes-representantes de universidades federais, estaduais, privadas e entidades parceiras do Canal Futura e da FRM.

Dando início ao dia de reflexões e trocas que se anunciava, Fred Kachar, diretor-geral da Editora Globo, do Infoglobo e do Valor, reforçou o compromisso institucional com a educação: "É importante contribuirmos para o desenvolvimento científico, para o fomento à educação; e ações como este Fórum e o Movimento Led - Luz na Educação são sinais do nosso comprometimento".

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João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, celebrou o reencontro presencial com representantes das universidades e entidades parceiras destacando o especial momento do Canal Futura, que completa 25 anos: "Vivemos um ponto de virada no Futura; um novo ciclo. As trocas de hoje nos ajudarão a ajustar a visão do desafio que temos pela frente".

Aproveitando a oportunidade, Alegria apresentou o que vem a ser o "território educacional" que a Fundação Roberto Marinho tem como primordial, focando, principalmente, nos mais pobres: "Nosso compromisso está fundamentado em cinco pontos bastante objetivos: equidade, diversidade, a nossa ancestralidade, sustentabilidade e cultura - as coisas se dão na cultura".

Quatro pessoas sentadas duante de uma mesa. Ao fundo, mais pessoas.
Da esquerda para a direita: Fred Kachar, Denise Pires de Carvalho (reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) e João Alegria, durante abertura do VIII Fórum Nacional de Reitores.

Como as juventudes chegam às universidades?

Abrindo o dia de apresentações, o VIII Fórum Nacional de Reitores recebeu Marcus Barão, presidente do Conselho Nacional da Juventude do Brasil (Conjuve) e coordenador do Atlas das Juventudes. Para Marcus, "a relação do Atlas com a FRM é importante, e se dá, também, como forma de reconhecimento à ciência e à pesquisa".

Barão abordou o momento em que os jovens do país se encontram: "Nunca tivemos tantos e tantas jovens compondo nossa população. A forma como lidamos com elas e eles hoje é decisiva para o futuro de todas e todos nós. As juventudes precisam estar no centro das ações destinadas a elas - não devem ser, apenas, objeto de discussão, mas participarem das discussões e decisões também".

1 em cada 4 jovens brasileiros está desempregado

Fonte: estudo da Organização Internacional do Trabalho (conteúdo em inglês)

Um homem está de pé, falando ao microfone, , diante de uma plateia que o assiste, sentada, ao seu redor.
Marcus Barão em sua fala sobre o acesso das juventudes às universidades.

O papel da universidade na dinâmica do combate às desigualdades

"Educação tem relação estreita com a soberania nacional". Foi assim que Luanda Moraes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro  (UERJ), deu início à sua fala no Fórum Nacional de Reitores. Luanda destacou as raízes históricas que sustentam a educação brasileira como "um processo excludente, entrelaçado com nosso passado colonial".

Outro aspecto importante apontado pela dirigente foi o inegável resultado das políticas públicas de reparação (como as cotas para estudantes negras, negros e indígenas) no combate às desigualdades sociais. Luanda foi objetiva: "A universidade cumpre seu papel quando consegue adotar políticas públicas. E mais: quando consegue fazer com que isso repercuta por toda a vida daquelas e daqueles cidadãos".

Uma mulher negra, que usa óculos e tem cabelos trançados em dreadlock, fala ao microfone.
"Educação de qualidade é emancipação do povo", disse Luanda Moraes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Após a introdução de José Brito, gerente de Comunicação, Marca e do Canal Futura, foi aberta a plenária. Para a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Lucia Campos Pellanda, a relação entre educação e saúde é imediata: "Investir em educação é investir em saúde - no final das contas, estamos salvando vidas e economizando milhões para o país". Para a reitora, "precisamos mostrar a diversidade do nosso ecossistema educacional, dos nossos laboratórios, da nossa ciência, das nossas universidades".

Ivonildes Fonseca, reitira da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), retomou os pontos trazidos por Luanda Moraes: "Não podemos desconhecer que precisamos garantir educação para a população negra, para as mulheres negras, em especial. E temos de ir além: é necessária a inclusão das religiões de matrizes africanas". A fala de Luanda, reforçada por Ivonildes, foi corroborada por boa parte dos demais dirigentes universitários do Fórum durante o dia, deixando claro o caráter permanente que as políticas públicas dedicadas às ações afirmativas precisam avançar, mantendo seu caráter permanente junto à sociedade.

Homem negro fala, de pé, ao microfone, diante de uma plateia que o observa sentada.
Acácio Jacinto, gerente-adjunto do Canal Futura, destaca a relação próxima da Fundação Roberto Marinho com as universidades.

A longeva parceria do Canal Futura com as universidades federais e estaduais foi a ponte para que Esdras Marchezan, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, abordasse a questão da necessidade de maior valorização do papel das instituições de ensino superior no país, especialmente no momento atual: "Vejo a Fundação Roberto Marinho e o Futura como elementos integradores entre as universidades do país. Como estamos em um cenário em que fomos colocados como alvos, temos de estar juntos".

Ao finalizar sua fala, Esdras deixou uma importante mensagem: "Precisamos de um governo que olhe para as universidades como parceiras de transformação social".

Mais investimento, autonomia e proximidade com a sociedade

Encarar os orçamentos para as universidades públicas como investimentos - e não como gastos -, e que esse movimento seja permanente, contínuo. Este foi o ponto mais explorado no VIII Fórum Nacional de Reitores e Dirigentes das Universidades Parceiras do Futura.

A partir dele, foram também destacadas outras questões necessárias: a criação de mecanismos que possibilitem maior autonomia para as tomadas de decisão por parte da gestão das universidades, uma maior aproximação com a sociedade, valorização das políticas públicas de ações afirmativas, incremento do acesso à internet para as escolas (especialmente, aquelas que ficam fora das capitais).

Para Acácio Jacinto, gerente-adjunto do Canal Futura, o resultado do Fórum foi positivo; "Vemos o encontro de hoje, depois do período mais agudo da pandemia, como a culminância de um trabalho que começou há muitos anos, mas que segue sendo feito por muitas mãos e mentes. Reitoras, reitores e demais dirigentes das universidades e instituições parceiras, em conjunto com a Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura, movidos pelo desejo de levar a educação a mais pessoas, com mais qualidade, inclusão, diversidade; conectada ao mundo e à sociedade".